"De vez em quando, Marilyn vem passar a noite. Mais do que nunca ela é a estrela das estrelas, a mulher mais sexy de todos os tempos, a maior invenção de Deus para fazer os homens morrerem de desejo. Marilyn, a suprema tentação, a derradeira guloseima. Está no topo do mundo: não há um pai de família em Minnesota ou em Kamchatka que não sonhe com ela, nenhum indivíduo do sexo masculino nas Ilhas Curilas ou na Terra de Baffin que não reze para ganhá-la de presente. Basta dizer que até gays se fantasiam de Marilyn.
Vem o final do ano. Aproxima-se o Natal. Marilyn, uma noite, aborda a questão do casamento com JFK, que está passando a mão em sua coxa e constatando que ela está sem calcinha.
Jack responde com clareza, com a mão sobre a origem do mundo:
– Serei candidato à presidência. Não posso me divorciar.
Marilyn abaixa os olhos. Não está habituada a que lhe digam não."
Há biografias de Marilyn Monroe e biografias de John Fitzgerald Kennedy. Mas este é o primeiro relato completo da história dos dois juntos – narrado como se fosse um roteiro de filme noir, rico em detalhes, emoção e humor negro. Nenhuma passagem da trágica história do casal é suavizada nesta narrativa, baseada sobretudo em entrevistas com as principais figuras envolvidas na história do casal, como Billy Wilder, um dos maiores cineastas de Hollywood, que dirigiu Marilyn em dois filmes da época: Quanto mais quente melhor e o Pecado mora ao lado.
O que mais o entusiasmou e o impressionou durante as pesquisas para o livro, conta Forestier, foi o nível de espionagem sobre as vidas de Marilyn e JFK. "O FBI gravava suas conversas, a Máfia instalou câmeras na casa de Marilyn, a CIA vivia mobilizada em torno deles, o psicanalista dela gravava as sessões. Eles eram observados absolutamente todo o tempo", observa o autor.
"Para iluminar um pouco tanta escuridão, foi preciso uma sólida documentação, um editor paciente e um defeito crucial: uma má índole. Eu tenho.", instiga o autor, que vive em Paris.